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sábado, 26 de fevereiro de 2011

ÓTIMO ACIDENTE

A história que vou contar é simplesmente impressionante, daquelas que emocionam. Após ter torcido o tornozelo jogando hóquei a holandesa Monique van der Vorst percebeu sua perna esquerda roxa e fria, depois parou de se movimentar. Um ano depois foi a perna direita que parou. A família tentou de tudo, mas nenhum médico conseguia explicar o que tinha acontecido, só diziam que era irreversível. A depressão tomou conta da menina que sonhava ser atleta profissional, agora teria que usar cadeira de rodas pra sempre. A adaptação foi longa e dolorosa, mas aos poucos se acostumou com a nova fase da vida. Conheceu o esporte paraolímpico e começou a dedicar-se ao que daria novo ânimo a sua vida: corrida de cadeiras de rodas. Aos 15 anos competiu pela primeira vez e começou a pensar em possibilidades e não limitações. De tanto se dedicar chegou aos jogos paraolímpicos de Beijing em 2008 onde conquistou duas medalhas de prata. Tornou-se reconhecida.

Ao passar do tempo, já adaptada e independente, não pensava mais em voltar a andar. Em 2009 ela foi destaque no Ironman do Hawai sendo uma das poucas atletas paraolímpicas a completar a prova. A atleta começou 2010 com foco nos jogos paraolímpicos de 2012 em Londres, queria deixar para traz a segunda colocação e conquistar o ouro. Seriam dois anos de preparação e a possibilidade da conquista era grande. Mas, novamente um acidente cruza sua vida, aliás, dois.
Em março de 2010, durante um treino, ela se choca fortemente contra uma colega, e em junho outro acidente pior aconteceu, também durante os treinos, quando foi atropelada por um carro e sofreu danos na medula.
Porém o que poderia ser o fim de mais um sonho não foi. Depois dos dois acidentes, surpreendentemente Monique começou a sentir leves formigamentos nas pernas, dias depois já podia sentí-las. Num primeiro momento voltou à mente a possibilidade de andar o que seria um desastre, pois se voltasse a andar não poderia mais competir como paraolímpica.
Em julho de 2010 ela começou a fazer fisioterapia, os resultados surpreederam todos da equipe médica, ninguém sabia o que estava acontecendo e em dezembro do mesmo ao ela já conseguia dar seus primeiros passos.
Para ela não foi fácil abandonar os jogos paraolímpicos, teve que ter muito apoio para fazer a transição. Agora ela se prepara para disputar novamente o Ironman, mas como uma atleta comum. Treze anos numa cadeira de rodas foram o suficiente para construir uma vencedora, que agora está reaprendendo a se superar novamente.
É assim com os campeões.

Monique, em pé,  brincando na neve

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